Kambô (Vacina do sapo)


A Vacina do Sapo é o nome popular para a aplicação das secreções produzidas pela "rã" Kambô (Phyllomedusa bicolor) em pequenos ferimentos produzidos artificialmente nos braços ou nas pernas de uma pessoa, para que as substâncias presentes na pele do animal penetrem na circulação sanguínea.

O procedimento é realizado por xamãs indígenas ou curandeiros, designados por alguns como "sapeiros" no norte do Brasil, e integra o conjunto de práticas da medicina indígena praticada na Amazônia. Segundo Lima e Labate tradicionalmente usado como revigorante e estimulante para caça por grupos indígenas do sudoeste amazônico e mais recentemente nos centros urbanos, considerado como um “remédio da ciência” – por suas propriedades bioquímicas – e como um “remédio da alma” – por sua origem indígena.

Observe-se que o tratamento com venenos ou substancias relativamente tóxicas, encontradas em animais, não é nenhuma novidade na história da medicina e nem nos sistemas etnomédicos, com base nestas práticas, houve adaptações para a medicina moderna.

Tradição indígena

A aplicação da vacina do sapo tem origem em várias tribos indígenas da Amazônia.
Indígenas de algumas etnias (Katukina, Kaxinawá) retiram a secreção de coloração branca que esse anfíbio exala ao ser molestado e a conservam em palhetas de madeira para depois realizarem a aplicação da "vacina-do-sapo". Esse veneno do Kambô  é rico em peptídeos e o animal utiliza como mecanismo de defesa, uma vez que vários predadores podem morrer ou então ter uma experiência desagradável ao tentar ingerir esse anfíbio.

A "vacina ou injeção-do-sapo" é aplicada em uma pessoa da seguinte forma: queima-se com um pequeno cipó ("titica") o braço do homem (nas mulheres é feita na perna) fazendo-se vários pontos, por onde o veneno retirado da palheta é aplicado em cada uma dessas pequenas queimaduras. Os sintomas são quase que imediatos, a pessoa passa por um grande desconforto (um forte calor, náuseas, dor no estômago, vômitos, etc) durante aproximadamente 15 minutos, tendo um grande alívio após a retirada com água do veneno sobre sua pele.

Há séculos os indígenas utilizam o Kambô como uma forma de medicina da floresta, para fortalecer o sistema imunológico e também para afastar o "panema" (má sorte). Com a colonização do Acre, seringueiros aprenderam essa técnica e atualmente a aplicação da "vacina-do-sapo" já ocorre em várias regiões do Brasil, especialmente nos grandes centros urbanos.

Após a aplicação, é indescritível o estado de conscientização e clareza de pensamentos; a sensação de harmonia e de felicidade é visível; os sonhos, a percepção e a intuição melhoram; a autoestima retorna.

Diz a lenda que os índios da aldeia estavam muito doentes e de tudo havia feito o pajé para curá-los.
Todas as ervas medicinais que conhecia foram usadas, mas nenhuma livrara seu povo da agonia. O pajé então se embrenhou na floresta e, sob os efeitos da Ayahuasca, recebeu a visita do grande Deus.
Este trazia nas mãos uma rã, da qual tirou uma secreção esbranquiçada e ensinou como deveria ser feita a aplicação dessa secreção nos enfermos.

Voltando à aldeia da tribo, e seguindo as orientações que havia recebido, o pajé pôde curar seus irmãos índios. A história pode nos parecer exótica ou mesmo inverossímil, mas a perereca existe.
Ela recebeu dos índios catuquinas a denominação de kambô, também podendo ser chamada de kampum ou kempô dependendo da tribo indígena.

E é usada pelos indígenas para prevenir, curar ou afastar o “panema” – conhecido entre os índios e caboclos como preguiça, baixo-astral, má sorte (na caça, na pesca, na colheita ou na conquista amorosa).

Kambô dentro da terapia ancestral


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